quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Vaidade-UNIBAN


Não vou ficar em intermináveis divagações sobre o que deveria ou o que não deveria ser feito no "UNIBAN files", mas a atitude humana-preferem o linchamento público a terem que admitir o erro! Basta abrirem o google e se deparar com a preocupação dos estudantes e a diretoria da universidade.

Estes seres com 32 dentes...
“Vaidade: Meu pecado favorito.”Al Pacino, interpretando o diabo, diz em conclusão a todos os acontecimentos do filme advogado do diabo.

A glória repousa propriamente sobre aquilo que alguém é em comparação com os outros. Portanto, ela é essencialmente relativa; por isso, só pode ter valor relativo. Desapareceria inteiramente se os outros se tornassem o que o glorioso é. Uma coisa só pode ter valor absoluto se o mantiver sob todas as circunstâncias; aqui, contudo, trata-se daquilo que alguém é imediatamente e por si mesmo. Consequentemente, é nisso que tem de residir o valor e a felicidade do grande coração e do grande espírito. Logo, valiosa não é a glória, mas aquilo que faz com que alguém a mereça, pois isso, por assim dizer, é a substância, e a glória é apenas o acidente. Ela age sobre quem é célebre, sobretudo como um sintoma exterior pelo qual ele adquire a confirmação da opinião elevada de si mesmo. Desse modo, poder-se-ia dizer que, assim como a luz não é visível se não for reflectida por um corpo, toda a excelência só adquire total consciência de si própria pela glória. Mas o sintoma não é sempre infalível, visto que também há glória sem mérito e mérito sem glória. Eis a justificativa para a frase tão distinta de Lessing: Algumas pessoas são famosas, outras merecem sê-lo. Em verdade, seria uma existência miserável aquela cujo valor ou desvalor dependesse de como aparecesse aos olhos dos outros. Tal existência, entretanto, seria a vida do herói e a do génio se o seu valor consistisse na glória, isto é, na aprovação dos outros. Mas, antes, todo o ser vive e existe por conta própria, logo, primariamente em si e para si.
O que alguém é, de qualquer maneira, é antes de mais nada e acima de tudo para si mesmo; e se sob esse aspecto não é de muito valor, então não o é também em geral. Pelo contrário, a imagem do nosso ser na cabeça dos outros é algo secundário, derivado e submetido ao acaso, e só se relaciona muito indirectamente com o próprio ser. Além do mais, as cabeças dos outros são um cenário deveras miserável para que nele a verdadeira felicidade possa ter sede. Antes, nelas só se pode encontrar uma felicidade quimérica. Que sociedade heterogénea se reúne nesse templo da glória universal! Generais, ministros, charlatães, saltimbancos, dançarinos, cantores, milionários e judeus. Sim, nesse templo, os méritos de todas essas pessoas são bem mais sinceramente apreciados, encontram bem mais estime sentie (estima sincera) do que os méritos espirituais, sobretudo os de tipo superior, que obtêm da maioria apenas uma estime sur parole (estima de ouvir dizer). Em sentido eudemonológico, portanto, a glória nada mais é senão o pedaço mais raro e saboroso para o nosso orgulho e a nossa vaidade. Estes, todavia, existem em excesso na maioria dos homens, embora eles os dissimulem; talvez até de modo mais forte naqueles que, de alguma maneira, estão aptos a adquirir glória e, portanto, têm muitas vezes de suportar em si mesmos, por muito tempo, a consciência incerta do seu valor proeminente, antes que chegue a oportunidade de o comprovar e então experimentar o reconhecimento. Até lá, têm o sentimento de sofrer uma injustiça secreta.

Arthur Schopenhauer, em 'Aforismos para a Sabedoria de Vida'

6 comentários:

  1. Brilhante e oportuno o texto do gênio Schopenhauer.
    Voltando ao "mundanismo" percebemos nos colegas da moça, estudantes de uma faculdade particular, em um país considerado livre e tolerante, todo o atavismo das feras. Nesse bojo podemos colocar a inveja, luxúria contida...todos os pecados capitais.
    Até o momento encontro-me aturdido col a intolerância que me lembrou as Madrassas iranianas.

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  2. Mais uma vez, li o seu fabuloso texto em conjunto com minha esposa. Estávamos conversando e surgiu um questionamento sobre a glória.
    Excelente, Misantropo... Excelente!!!

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  3. Graça e paz!
    “Andando” por aí cheguei até o seu Blog e quero te parabenizar.
    Já estou te seguindo e será uma honra te receber no pastoragente.blogspot.com.
    Se quiser segui-lo vai ser uma alegria pra mim.
    No blog conto da forma mais realista e divertida possível as realidades, dúvidas e experiências de uma simples pastora como eu.
    Fique na paz. Um abraço.

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  4. SHALOM!

    Uma alegria conhecer seu blog. O Eterno resplandeça o rosto DELE sobre ti!

    Medite no Salmo 36.8,9

    abraços, MArcelo de Oliveira

    Visite:

    http://davarelohim.blogspot.com/

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  5. Que pessoa sábia é você! Vou compartilhar somente o finalzinho do escrito, aliás,muito belo, digno de ser glorificado. Rsrsrsrs... Já que é esse o "x" da questão:a gória. Penso que todas as pessoas que sobem em algum pedestal terrestre, tenham a insegurança de que se são realmente amados pelo que são, enquanto seres humanos, ou somente idolatrados, "amados" pela fama, sucesso e glória. Penso que conviver com isso não deva ser lá muito bom, mas alguns conseguem. Será que alguns ídolos não cometem suicídio, justamente por não saber conviver com isso, conviver com a glória? Pode ser, né mesmo? Abraço fraterno. Lourdes Dias.

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  6. E aí, meu irmão? Graça e paz!
    A mudança do Google bagunçou alguma coisa no seu quadro de seguidores??
    Se souber de alguma novidade, por favor, me passe.
    Um abração.

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